Pero Vaz de Caminha

Pero Vaz de Caminha (Porto, 1450 - Calicut, 1500) era um nobre português que serviu como escrivão na frota de Pedro Álvares Cabral. Seu pai era o Duque de Bragança e por isso Pero teve uma boa educação. Graças a essa educação, Trabalhou como tesoureiro e escrivão na Casa da Moeda. Além disso, ele também foi vereador na cidade do Porto.

Para um melhor desempenho de suas funções, ele e seu pai exercitavam e praticavam a escrita, fazendo com que ele ganhassse destaque a serviço dos nobres. Graças a esse destaque, ele teve obras muito importantes para a história do Brasil e que faziam parte da Literatura de Informação quinhentista.

A “Carta a el-Rei Dom Manoel sobre o achamento do Brasil” foi um documento escrito por Pero Vaz de Caminha em 1 de maio de 1500, em Porto Seguro, Bahia, e depois foi levado para Lisboa sob os cuidados de Gaspar de Lemos para o rei. Ele registra a composição do território que via e narra o desembarque dos portugueses no território brasileiro, o primeiro encontro entre os nativos e os colonizadores, e a primeira missa realizada no Brasil. Nela ele também registra suas impressões sobre o território que viria a ser chamado de Brasil. Essa carta era destinada ao rei de Portugal na época, Manuel I, para que este estivesse informado e ciente das descobertas feitas pela frota de Pedro Álvares Cabral. Curiosidade: apesar de ter sido escrita no século 16, a Carta só foi descoberta no século 18 por José de Seabra da Silva.

Trecho da carta em sua versão original: A feiçam deles he seerem pardos maneira dauerme lhados de boõs Rostros e boos narizes bem feitos. am dam nuus sem nenhuüa cubertura nem estimam ne nhuüa coussa cobrir nem mostrar suas vergonhas, e estam açerqua disso com tamta jnocemçia como teem em mostrar o Rostro. traziam ambos os beiços de baixo furados e metidos per eles senhos osos doso bramcos de compridam d huüa maão travessa e de grosura d huü fuso dalgodam e agudo na põta coma furador.

Trecho da carta traduzido: A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, de comprimento duma mão travessa, da grossura dum fuso de algodão, agudos na ponta como um furador.